terça-feira, 24 de abril de 2012

When you are alone



Pensei que seria uma noite qualquer, que seria apenas mais uma noite de insônia. Mas não seria e logo eu descobriria o porquê.

No relógio, eram duas e meia da manhã. Eu havia acabado de desligar o telefone, estava morrendo de dor de cabeça, queria jogar video game para tirar o tédio, mas a dor era tanta que só iria piorar, então acabei desistindo e acabei pensando em dar uma saída. 
Levantei da cama, a madrugada era fria, então vesti minha calça, meu moletom, calcei o tênis e coloquei uma touca comum para sair e caminhar um pouco. 
No sereno, eu parecia um ser noturno, invisível, completamente de preto. Caminhava sozinho pelas ruas e avenidas do meu bairro, as ruas estavam vazias, não tinha muita movimentação, eu literalmente andava na escuridão sozinho. Vez ou outra aparecia um carro, que passava em alta velocidade para sua própria segurança.

A cada passo que eu dava, sentia um vazio em mim que mal conseguia explicar. E numa ideia um tanto falha de tirar a angustia do meu peito, que perturbava-me profundamente, fui até um mercado que é aberto 24 horas. 
O mercado era um estabelecimento grande, mas só havia um caixa aberto, pois haviam poucos clientes. A angustia voltou e desta vez, era mais forte, tão forte que fiquei vagando pelos corredores do mercado durante horas, procurando por algo que nem eu mesmo sabia o que era. Depois de um longo tempo, peguei duas garrafas de tubaína retrô, que mais parecem cervejas, peguei um Doritos e fui para o caixa. 
Ao sair do mercado, ainda estava sem ânimo para ir para casa, mas como já eram quase cinco da manhã, achei melhor tomar o rumo de casa. 

Quando entrei e tranquei a porta, só tive forças para tirar o tênis e deitar na cama. Estava exausto. Uma exaustão física, pois a insônia ainda me perturbava. Quando finalmente estava prestes a dormir, recebi uma ligação e descobri algo - sem querer - que não me agradou. Era algo que havia me decepcionado. Me magoado. Então na hora, tudo que consegui sentir, foi raiva, ódio e dor. Tudo misturado. 
Do outro lado da linha, ela começou a se desculpar, parecia desesperada, dizia tanta coisa, mas eu não conseguia ouvir, não entendia nada, estava perdido nos meus pensamentos, refletindo sobre tudo. 

Os minutos passavam lentamente e o meu silêncio, era mortal. Só então, pensei em tudo que ela fez por mim. Todas as vezes que ela me desculpou e me perdoou por algum erro que eu havia cometido. Me recordei das vezes em que ela deixou o orgulho de lado, mesmo eu estando errado, só para não nos separar, não nos perder. Fechei os olhos e comecei a falar; "Eu te amo. Eu não me importo se me magoastes agora, nem se mentiu, se omitiu ou o caralho a quatro. Antes, eu estava com raiva, mas lembrei da vez em que você mesma me disse, que o amor sempre se sobrepõe a raiva. E eu não vou deixar você por um motivo tão fútil desses, algo que nem mesmo foi sua culpa. Não vou te deixar porque eu te amo. Porque amar, também é perdoar.

Take me to L.A.

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