Dia dez de agosto, 02h02. Chove muito, o céu está um breu e agitado, é como se fosse uma onda enorme que choca-se contra o quebra-mar. Furiosa. As gotas espatifam pelo chão de granizo, enquanto observo a escuridão do quintal ao som de What Is Love do Jaymes Young.
Pensativo.
Esse dia. Hoje. 1 ano se passou desde a primeira conversa durante a madrugada, talvez também chuvosa como esta, quem sabe. Um dia simples, mas com certa melancolia.
Os risos e sorrisos. Algo quente no peito. São coisas que carregarei sempre. Porque não tem como sentir ódio ou rancor por pessoas que penetraram o meu petrificado e gélido coração. É dificil crer que eu carrego em mim tamanha frieza, não é? Talvez, mas só porque você conheceu a melhor parte de mim, mesmo que de certo modo, com alguns defeitos.
Algumas coisas foram ditas e certas feridas foram criadas, mas como cada ser humano existente, a volta por cima será dada e o rumo de viver, mudará. Tudo cicatriza. Até mesmo o amor. Mesmo quando já sólido.
Percebemos que é necessário o amor próprio. Se amar. Se cuidar. Não se isolar como costumamos fazer. Amizades são para todos os momentos, bons/ruins, dolorosos ou felizes. Por mais que seja muito difícil confiar, principalmente depois de toda insegurança passada, por conta de relacionamentos anteriores. A verdade é que é preciso confiar, é preciso deixar se levar, é preciso desabafar. Essas experiências estão aí para serem vividas, por nós ou por outros.
Não sou good vibes, não sou a melhor companhia que as pessoas podem ter ou querer, mas embaixo dessa carcaça destruída, existe um ser humano que se esforça a cada dia, pra se tornar alguém melhor, alguém companheiro e verdadeiro. Tivemos uma experiência um com o outro e levarei para o resto da minha vida. Até se um dia a amizade acabar, porque tive experiências boas que de certo modo me fez crescer e evoluir.
No fundo você sabe que ambos merecem o gosto da felicidade. E sem arrependimentos, sem rancor. Digo com firmeza, emano por ti, muito amor.
Um ano.
Take Me To L.A.
