quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Waiting for a call.


Desde quarta-feira, estava doente, fui trabalhar quase delirando devido a febre alta. Meu patrão mal se importou que eu estava doente, só queria que eu trabalhasse.

Sexta, ainda não havia melhorado então resolvi ir para o pronto socorro antes de ir para o trabalho. Sentia dores fortes que se iniciavam na nuca e percorriam por toda extensão da minha cabeça, também estava com a garganta inflamada, dor em ambos ouvidos, febre externa e interna, resumindo, meu corpo estava exausto. Assim que adentrei no consultório, descrevi meus sintomas, o diagnóstico foi rápido, mas eu estava com uma dor tão insuportável que não consegui entender quase nada, pois tudo que eu queria era uma melhora. A única coisa que entendi, é que eu estava com o início de alguma coisa, ele disse um nome que eu nunca ouvira antes. Receitou um anti-inflamatório, provavelmente para a garganta, havia muito pus nela, e uma injeção pior que bezetacíl, pois ela não doia na hora como tal, ela doia um pouco depois e a dor, parecia que eu estava sendo queimado internamente. A perna? Nem conseguia mexer, porque qualquer movimento por menos brusco que fosse, fazia com que a dor se intensificasse. Quando saí do Hospital. fui direto para o trabalho.

No Domingo, havia melhorado um pouco, então resolvi ir até um velho amigo que infelizmente, vive na mesma cidade que a dela. Passei o dia inteiro na rua com o meu amigo e com algumas garotas - que com o passar das semanas, tornaram-se minhas amigas também -, bebemos, nos divertimos, nos distraímos. Foi um dia legal, apesar dos apesares. Ao menos cosegui focar minha mente em outra coisa.

Segunda, fui cedo para casa, era meu dia de folga. Quando cheguei na estação de trem, fiz o mesmo ritual de sempre, sentei-me no ultimo banco. Sorria sozinho, às vezes chegava até a rir, embora rir me fizesse doer a cabeça, ainda estava doente. Em casa, sentei na cama, estava cansado. O pó do quarto só me fez piorar, minha bronquite atacou, sinisite atacou, a dor de garganta piorou mas desta vez, deixando-me completamente sem voz. Pensei em ir no hospital no dia seguinte depois que eu acordasse. Olhei o relógio, 4 horas da tarde, repousei minha cabeça no travesseiro e pensando nela, adormeci. Ao acordar, reparei que a noite havia caído. Novamente olhei o celular, desta vez a luz do visor feriu meus olhos e com isso, fez com que eu sentisse uma pontada forte na cabeça. 21:28. Havia três chamadas perdidas e duas SMS recebidas. De início, mal dei importância, pensei que fosse apenas minha mãe se preocupando comigo, mas quando vi a ultima SMS, meu coração palpitou. Não sabia se de emoção ou se era de temor, medo.

SMS: "Quero te contar algo, acho bom você me atender. 19:40"

Era ela. As três chamadas eram dela. Fui dormir pensando nela e acordei com menssagens dela.

Respondi: "Eu estava dormindo... Por isso não te atendi, estou doente desde quarta, ainda não melhorei. Se quiser que eu ligue na sua casa, mande SMS, mas aviso logo, estou completamente sem voz."

Cinco minutos e ela não respondeu, resolvi ligar. Caixa postal. Em seguida recebi outra SMS:
"Não posso falar agora. Mais tarde eu te ligo, pode ser?"

"Está bem, vou dormir mais um pouco então, ficar doente deixa o corpo exausto. Se cuida."

Seis minutos depois desta SMS, refleti um pouco. Percebi que era uma péssima idéia atendê-la, resolvi mandar mais uma SMS.

"Bem que você podia contar por SMS.. Ouvir sua voz só vai piorar a minha situação. Ainda mais agora que eu estava conseguindo cumprir o que prometi para você; não te procurar mais à pedido seu."

"Bom, não foi tu quem procurou. É algo sério e eu tenho que falar pelo celular..."

"Algo sério? Hm... Está bem, ficarei aguardando então. Mas já disse, estou sem voz, então se você não me ouvir direito, não terei culpa."

"Enfim, fica com o celular. Até. 21:57."

Esperei, esperei e nada. A ansiedade pelo telefonema era tanta que comecei a ligar para ela a madrugada inteira e só fui conseguir dormir às 08:37 da terça-feira. No mesmo dia, lembrei de algo que ela me disse uma vez, que eu não havia mandado sms e fez com que ela pensasse que eu não pensei se quer uma vez no dia nela. Pensei ter passado pela mesma coisa, fiquei triste, mas eu não podia reclamar. Às 18:08, estava no trabalho e resolvi mandar um ultimo SMS.

"Pelo visto, desistiu de me contar o que queria. Não entendo você, mas olha, estou respeitando você, por isso não te procurei mais. Eu não quero mais ficar sofrendo, também não quero me iludir. Quando você me procurou ontem, meu coração quase explodiu de tão rápido que batia. Me enchi de esperança sem ao menos saber o que iria me dizer. Com isso, mal dormi de preocupação e ansiedade. Eu amo você. Mas não quero mais me sentir assim. Você não faz idéia do quanto fiquei chateado por não me ligar.. Mas tudo bem. Se cuida. Tchau."

"Cara, eu dormi. Por isso nem liguei. E você sabe como odeio que fiquem me ligando de madrugada, ainda mais que eu dormi. Enfim, uma hora eu te ligo."

Ela ligou. Somente na quarta e para a minha infelicidade, não para dizer algo que eu esperava, que iria me agradar. Mas sim para dizer que estava decepcionada comigo. Saber que ela estava assim por um erro meu, me fez cair na real que era definitivamente a hora de esquece-la.

Take Me To L.A.