sábado, 25 de setembro de 2010

With (...)


Sai da rodoviária com minhas bagagens, fui em direção a um carro prata com os vidros escurecidos, eu estava com um sorriso de canto no rosto mas não sei como eu sabia que ela estava lá, naquele veículo, me esperando. Ela não percebeu quando eu me aproximei do automóvel, devia estar distraída, bati uma vez no vidro da porta do motorista, olhou para mim e se assustou por ter sido pega desprevinida. Apesar do susto, abriu a porta para me abraçar, deixei as malas cairem ao chão para conseguir retribuir o abraço. Alguns minutos depois, afastou meu rosto com as mãos e me olhava como se não acreditasse que eu estava ali. Sorri, com cautela, segurei seus punhos e afastei suas mãos de meu rosto. Continuei segurando apenas sua mão direita, balancei algumas vezes para cima e para baixo.
- Olá, sou o Travis. - Me apresentei.
- Maria. - Ela disse um tanto sem jeito.

Como era de se esperar, minha presença a deixava constrangida, sentia vergonha de mim. Justo de mim, o teu amor e teu amado. Sem delongas, entrou novamente para o carro, reergui minhas malas e caminhei até o porta mala para guardá-las. Abri a porta e sentei-me no banco de passageiro, fixei os olhos nos dela, ergui um pedaço de minha camisa, peguei sua mão direita e forcei sem grosseria a tocar no meu abdomen.
- Ó, estou gordo. - Falei com ironia.

Ela não disse nada, apenas sorria e me observava. Sem que ela percebesse, ergui lentamente a blusa que ela vestia; um moleton preto que dava um contraste perfeito por ela ser branca. Assim que meus dedos tocaram seu umbigo, se arrepiou.
- Hum, pelo visto você continua em forma. - Um riso malicioso saiu de meus lábios, mas parei assim que deslizei os dedos, penetrando a calça dela. Mas algo que eu não esperava aconteceu. Ela me reprimiu. Com sua doçura, retirou minha mão atrevida e eu apenas acenti, entendendo que estava indo muito depressa. Voltei ao meu lugar e ela ligou o carro.

A viagem toda foi um tanto constrangedora, ela não dizia nada e para não complicar mais ainda minha situação, preferi ficar calado. Assim que chegamos, entramos na sala então percebi que este final de semana, a casa seria apenas nossa. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto e então ela quebrou o silêncio.
- O que foi?
- Ãh? - Despertei de meus pensamentos. - AH! Nada não..
- Sei. - Fez aquele olhar de desconfiança e tive de me segurar para não rir.
- Amor?
- Oi, Travis?
- Aonde é o quarto? Não dormi direito no ônibus, quero descansar um pouco.
- Sobe as escadas, o primeiro quarto à direita.
- Obrigado.

Segui suas instruções e entrei no comodo escuro. Não pude reparar nada, pois não acendi a luz, apenas deitei-me na cama. Um pouco antes de eu adormecer, ouvi a porta se abrir. Ela entrou no quarto e deitou de frente para mim. Abri os olhos na esperança de conseguir enxergá-la, mas falhei, estava um breu total. Mesmo na escuridão, procurei seus lábios atravez de sua respiração, nossos lábios se encontraram e eu a beijei com todo o amor e carinho que existia em meu peito. Mais uma vez, segurou meu rosto com as mãos e afastou meus lábios dos dela, fiquei sem entender e antes que eu tentasse dizer alguma coisa, ela sussurrou:
- Eu amo você.
- Eu também a amo.

Por fim, o silêncio voltou. Mas dessa vez, era um silêncio tranquilizante. Nada nem ninguém poderia estragar aquele momento. Éramos só nós dois. Virou-se para o outro lado, ficando assim de costas para mim, eu a abracei e nossos corpos se encaixaram perfeitamente. Adormecemos juntos e alguns segundos depois, acordei sozinho em minha casa. Era um sonho. Era só mais um sonho... Com ela.

Take Me To L.A.

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