quinta-feira, 27 de maio de 2010

Um cachorro chamado Sig

No meu décimo sexto aniversário, ganhei um cão de raça. Era um belo charpei todo enrugado. Desde pequeno sempre tive alergia a animais, mesmo assim, sempre quis ter um bicho de estimação. Quando minha alergia atacava, meus olhos inchavam de tanta irritação. Por mais incrível que pareça, aquele pequeno charpei, de apenas um mês de vida, não fez minha alergia atacar. Até acho que agora só tenho alergia a gatos, mesmo. Botei-lhe um nome: Sig, de Sigmund Freud, um dos meus filósofos favoritos, e o engraçado é que o Marcelo Rubens Paiva teve um cão com este mesmo nome e eu nem imaginava. Sig era um animal dócil e muito carinhoso, esse era o instinto da raça dele (naquela época eu estava carente, precisava de um amigo, por tanto essa raça foi a melhor opção). Sig dormia em meu quarto, assistíamos jogos de futebol, ele me observava jogando video game e até ficava ao meu lado me vendo paquerar as garotinhas pelo pc. Eu brincava com o danado todos os dias. Como eu, ele era muito carente. Quando eu chegava em casa, ele ja conhecia meu assovio, e ia correndo até o portão só para me ver.
Quando completei 18 anos, comecei a sair mais vezes, andar com amigos, paqueras, etc... Deixava o pobre coitado do Sig, me esperando trancado em casa. Passei a não dar mais tanta atenção quanto a que eu dava a ele antes das amizades. Por causa de namoradas, passei a deixá-lo no quintal. Sig, já estava com dois anos e alguns meses. Charpei é uma raça que necessita de muita atenção, e com a minha ausência ele passou a ficar doente. Comprei remédios e nada. Levei no veterinário que disse que ele não tinha nada, disse que não fazia a menor idéia do que o cachorro tinha. Cheguei em casa nervoso, deixei Sig no quintal, e saí com a intenção de beber com amigos. Voltei para casa 5 horas da manhã do dia seguinte, totalmente embriagado. Fui direto pro meu quarto e deitei sobre minha cama. Quando acordei, estava com uma ressaca enorme, uma puta dor de cabeça. Quando desci, fui até o quintal, senti um aperto no coração, Sig estava deitado, com a língua pra fora, estava morto. Não contive as lágrimas e pensava comigo mesmo: Perdi meu melhor amigo, sou um filho da puta desgraçado!
Hoje eu sei o que levou a morte dele, ele era muito apegado a mim, tanto que morreu de carência.
Me recordei dele porque vi uma foto que me comoveu. Mostrando para mim, que o melhor amigo do homem, realmente é o cão.

Valorize mais teu animal, pois ele sempre estará do seu lado, até mesmo na hora de sua morte, reflita.


Take Me To L.A.

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